O presente projeto, à partir do caso da favela Rocinha, se volta para a discussão da memória sobre as favelas cariocas. Descrever o cotidiano de vida e de lutas desses moradores denota, de certa forma, um ato político de resistência pelo direito à memória e ao passado. Tornar esses espaços objetos da História suscita um debate ampliado sobre como a sociedade preserva as fontes, a partir das quais se construirão narrativas sobre o seu passado, o que permitirá, certamente, melhor compreender os seus desafios atuais e futuros. A constituição de acervos museológicos e bibliográficos é um trabalho da memória, que se denota como ferramenta política, no esforço atual dos moradores de valorização dos seus locais de moradia. Os fundos documentais sobre os bairros informais são extremamente precários. Arquivar documentos sobre esses bairros é reconhecer seu lugar na história e na própria cidade, o que explica a razão pela qual os museus de favelas são considerados espaços de conhecimento e formas de resistência política. Assim, o objetivo principal do presente projeto é constituir, de forma participativa, um acervo bibliográfico e de imagens da favela da Rocinha para uso amplo de moradores, pesquisadores, estudantes e militantes. Os objetivos específicos são: i)Fomentar entre moradores e alunos a identidade local, questionando as representações negativas impostas às favelas e, em especial, à Rocinha; ii)Como uma atividade extensionista, a meta do projeto é também formar os alunos envolvidos no projeto com prioridade para alunos da própria Rocinha; iii)Com os produtos finais (livros, exposição itinerante), pretende-se estimular novas iniciativas, que venham utilizar esses fundos documentais.